domingo, agosto 31, 2014

Diversidade em vez de clones

Recordando "Academia and the people without jobs" de "Que incentivos para acompanhar a transformação da realidade?" e comparar com "Shop Class Not for Slackers as Mechanic Out-Earns Peers"

1 comentário:

Carlos Albuquerque disse...

Em Portugal há 30 anos o ensino secundário incluía uma componente mais profissionalizante, mesmo para quem queria ir para a universidade. Era bom para quem ia para a universidade e era bom para quem não ia, porque o 11.º ano em certas escolas era suficiente para começar a trabalhar.

Mas um bom ensino é sempre caro. E prever o que vai ser preciso daqui a 10 e 20 anos é muitíssimo difícil (como se percebe pelo artigo da bloomberg). Quem vai assumir os riscos do falhanço? O sistema dos empréstimos, passando todos os riscos para os estudantes é simplesmente dramático e pode conduzir a uma forma de semi-escravatura. Uma solução de escola pública passa para todos o custo da educação e deixa para o estudante o custo de oportunidade.

Quanto ao artigo sobre as universidades, mistura algumas coisas. Por um lado há o interesse de um curso superior, que pode existir independentemente da empregabilidade. Outro é a empregabilidade de um curso e a forma como é publicitada (embora seja duvidoso que se possa esperar que as universidade sejam capazes de perceber as necessidades do mercado a 10 ou 20 anos). Finalmente há a questão dos estudantes de doutoramento, que esperavam um emprego estável a ensinar nas universidades e acabam por vezes a ser explorados pelos orientadores ou por algumas instituições. Questão agravada quando há empréstimos.

Preparar jovens para trabalhar daqui a 10 ou 20 anos num mundo que não conhecemos é algo arriscado. E as universidades não servem só para formar jovens para o mercado de emprego no dia em que acabam os seus cursos.

Quando o problema é considerado em toda a sua amplitude, há muito que está efectivamente a ser feito nas instituições de ensino superior em Portugal.