terça-feira, abril 22, 2014

"talvez este país ainda precise mesmo de falir"

"O que é estar preparado para chefiar o Governo num tempo de crise quando se tem de suceder a uma longa série de chefes de Governo (supostamente bem preparados) que conduziram a sociedade por trajectórias que a fizeram cair no abismo da impossibilidade, numa crise extrema em que o passado não liga com o futuro e o presente é o precipício da queda? Os que estavam preparados (e ainda hoje não compreendem o que aconteceu) terão sido melhores do que o actual, talvez impreparado, mas que tem a vantagem de reconhecer que a sociedade mergulhou numa impossibilidade e que sabe, por ciência ou por instinto, que o futuro não pode ser a continuidade do passado?
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há imparidades na democracia quando o anunciado na propaganda eleitoral não corresponde ao que é realizado na economia e na sociedade. Os sucessivos candidatos eleitos, supostamente bem preparados e como tal legitimados pelos eleitores, anunciaram o que não sabiam produzir. Prometeram o paraíso, conduziram para as trevas do abismo."
Ouvido esta tarde na rádio:
""Após esta reunião, o PS ficou com uma certeza: O programa de assistência financeira até pode acabar formalmente amanhã, mas a política de austeridade vai continuar." 
Só após esta reunião? Precisaram desta reunião?
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Prefiro os impreparados a estes super-preparados prontos a caminhar, novamente, para as trevas do abismo.
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Pensando bem... talvez este país ainda precise mesmo de falir para que muita gente aprende de onde vem o dinheiro e de quanto ele custa a ganhar.
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Trecho inicial retirado de "As imparidades na política"
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Trecho final retirado de "PS com a "certeza" de que a austeridade vai continuar em Portugal"

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