sábado, março 22, 2014

Um nicho, um target, um produto

"Da empresa têxtil tradicional ficou-lhe apenas o nome herdado de 1974, quando António Ferreira abriu a fábrica e lhe deu o nome das duas filhas: Sónia e Carla. Hoje, a fábrica de Vila Nova de Famalicão nem parece uma empresa têxtil tal é a tecnologia envolvida. Especializada no nicho de vestuário sem costuras (que tem o nome técnico de 'seamless') tem nos desportistas o seu target.
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"Tudo começou em 2010 'quando a tecnologia do têxtil sem costuras vocacionada para roupa interior [Moi ici: Reconversão de uma economia é isto multiplicado por muitas decisões individuais. Em vez de continuar a torrar dinheiro num modelo de negócio que ficou obsoleto, mudar de produto, de proposta de valor, de clientes-alvo, de marketing, de orientação estratégica] foi comprada conjuntamente com o nome à antiga Malhas Sonicarla. Iniciou-se de imediato a reconversão tecnológica para a actual vocação, a produção de têxteis de elevada tecnicidade", conta Pedro Silva."
A Sonicarla só vende para atletas de alta competição?
Julgo que não. Se calhar os atletas de alta competição nem compram os artigos da Sonicarla.
Os atletas da alta competição são influenciadores dos utilizadores que compram Sonicarla.
Recordar o recente:
""But if I aim at one type of customer, won't I miss some of the people who would make really good customers?" The answer to that is, "Yes, but."
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It's almost a paradox, but if you do a good job of target marketing – aiming at the center of the target – you're likely to attract more good customers, not less."
Durante quase dois anos fazia diariamente a viagem do Porto para Guimarães numa camioneta da empresa onde trabalhava. Lembro-me de parar em Joane, onde entrava e saia gente, consoante a direcção da viagem. Do outro lado da estrada ficava Mogege onde se situava a Sonicarla. Recordo que era uma fábrica com alguma dimensão, até chegou a estar registada no EMAS, o que dá muito mais trabalho do que ser certificado ISO 14001. Por isso, este trecho:
"Desde então, a pequena fábrica que dava emprego a apenas duas pessoas passou para os actuais 131 trabalhadores." 
Desperta-me a curiosidade, o que terá acontecido para, em 2010, estarem reduzidos a duas pessoas?
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Entretanto, enquanto os media falavam de crise, de recessão, de austeridade, de ser impossível viver assim... enfim, o choradinho do costume:
"O volume de negócios aumentou 46,6% de 2012 para 2013, tendo passado de 2,8 milhões de euros para 4,1 milhões."
Por fim, como podia não sublinhar isto:
"O projecto desenvolveu-se sem qualquer apoio estatal, comunitário ou bancário, apenas apoiado com os cash-flows gerados." 

Trechos retirados de "O orgulho de vestir atletas famosos de alta competição"

1 comentário:

Bruno Fonseca disse...

boa história!

parece uma empresa interessante, com equipa de gestão, produto e projecto.