sexta-feira, agosto 03, 2012

Pode-se ser um músico e não ser um criativo

A propósito deste texto "As pessoas que estão a criar Mongo" o Saul Fino de Sousa no Twitter perguntou:
"Contudo, as profissões criativas são, tanto em termos absolutos como relativos, mal pagas. Como é que interpreta?"
Por profissões criativa entenda-se a definição de Richard Florida:
""I define the Creative Class to include people in science and engineering, architecture and design, education, arts, music and entertainment whose economic function is to create new
ideas, new technology, and new creative content. "
 Caro Saul, o facto de alguém tirar um curso não o inclui directamente no grupo de profissões criativas. Veja por exemplo esta série de postais que escrevi, com muita tristeza sobre os designers:
A resposta está aí. Pode-se ser arquitecto, engenheiro ou músico e não ser um criativo... tal como um gestor pode não ser um líder. 

3 comentários:

Saul Fino de Sousa disse...

Caro Carlos,

Antes de mais, obrigado pelo seu feedback.

Embora eu não estivesse à espera que o fizesse, alterou completamente o sentido da minha pergunta.

Repare que:

1. Fiz referência apenas a profissões (que, para efeitos práticos, naturalmente correspondem a profissionais).

2. Não fiz qualquer referência a ordens profissionais nem à defesa de maus profissionais (passo a redundância).

3. Não fiz qualquer referência a cursos. É óbvio que, na melhor das hipóteses, os mesmos são um mero ponto de partida e/ou complemento de aprendizagem (entendendo esta no seu sentido lato).

4. Não referi que era contra (nem que é uma injustiça) as profissões ditas criativas tipicamente terem uma baixa remuneração. Limitei-me a constatar um facto.

Assim, a questão que lhe dirigi continua sem resposta.

O mais provável é essas profissões não terem o valor que autores como o que refere nos querem fazer crer, correcto?

Nota final: não tenho nada contra ou a favor das profissões ditas criativas.

Post Scriptum: amigos na mesma, naturalmente :-)

Saul

CCz disse...

Não era minha intenção deturpar a sua pergunta.
.
O que penso é que muitos profissionais, embora pertençam a profissões que o autor apelida de criativas, não são genuinamente criativos. Quando não se é criativo, não se faz a diferença, é-se mais um, logo ...
.
Só referi o postal acerca de uma futura ordem dos designers para ilustrar a mentalidade desses falsos criativos. Como não conseguem ganhar clientes pela qualidade do serviço prestado, pretendem conquistar mercado, expulsando os que não puderem fazer parte da ordem, ainda que satisfaçam os clientes.

CCz disse...

É preciso também ter em conta a dimensão do mercado. Muito do que se lê para a realidade americana não funciona para mercados muito mais pequenos