sábado, março 17, 2012

Proteccionismo

"Brazil vows to protect manufacturing"
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Ao proteger o seu sector industrial com medidas proteccionistas, o governo brasileiro condena a maior parte das suas empresas a dependerem cada vez mais de uma barreira protectora dependente do papá-Estado.
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No curto prazo o desemprego industrial é sustido e as falências são adiadas. No entanto, o poder de compra dos consumidores é prejudicado e, a maioria das empresas não tem qualquer estímulo para subir na escala de valor.
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Quando o humano, condoído com o esforço da jovem borboleta a tentar sair do casulo, a ajuda a sair... condena-a à morte, porque o esforço que ela tem de fazer é a prova que lhe fortalece os músculos das asas.

2 comentários:

Ricciardi disse...

Caro CCZ, o que afirma NÃO é uma lei universal e independente do estagio e da maturidade do tecido industrial. O proteccionismo é uma arma essencial quando se precisa de desenvolver uma industria num país que tem teoricamente vantagens comparativas nessa àrea.
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É impossivel fazê-lo sem proteger. O mesmo já não é verdade num país desenvolvido. Neste caso as empresas tem tudo a perder.
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Portanto, o proteccionismo não é, tambem ele, uma lei universal, é antes uma forma de iniciar e fomentar desenvolvimento numa determinada fase.
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A titulo de exemplo, se se considerar que Portugal tem vantagens comparativas a nivel de clima, solos, know how etc, para produzir bem e com boa qualidade produtos horticulas, e que esse sector não tem tido apetencia por investidores, a unica forma que tem de convidar empresários a fazê-lo é restringir a importação de produtos horticulas estrangeiros que estão num estagio de desenvolvimento superior por um certo e determinado periodo. De forma a que consiga dar alguma dimensão ao negócio local para concorrer mais tarde com produtores mais desenvolvidos.
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Eu acho que defendo o mesmo que o caro CCZ mas em tempos diferentes.
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Olhe, eu observo um país, Angola, subdesenvolvido em todas as áreas de negócio. Importa tudo. Se não existirem barreiras à importação, nenhum negócio era possivel iniciar. Paises mto mais desenvolvidos injectavam mercadoria a preços imbativeis e de qualidade superior, tornando impossivel iniciar um negócio.
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A UNICER quer mto uma grande fabrica em Angola. E vai tê-la. Mas primeiro foi dado tempo e espaço para que a CUCA pudesse aguentar o embate. E bem. O negócio das Aguas é a mesma coisa. Há 5 anos Angola bebia doos rios Portugueses. Hoje bebe do BENGO. And guess what, as fabricas portuguesas, com receio de perder quota, iniciaram investimentos neste pais. Produzem cá. Conheço pelo menos 4 marcas a fazê-lo.
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Sem protecionismo nunca esta industria teria iniciado em Angola.
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Rb

CCz disse...

Obrigado por comentar caro Ricciardi,
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O que o Pedro Arroja nos lembra é essa velha máxima de Feyrabend "Não há regras, qualquer coisa serve, tudo depende" (esse Feyrabend devia ser mais conhecido pelos consultores ;-))

A argumentação que usou, acha que pode usá-la com o caso brasileiro? Por vezes interrogo-me se não foi assim que começou a descida aos infernos na Venezuela...

Em Portugal foram precisos 5 anos para o click acontecer e as empresas começarem a ultrapassar o factor China. No Brasil, com salários mais baixos, continuam na mesma e protegidos pelo Estado, nunca passam ao nível seguinte.

Quanto a Angola, eu nasci aí... e tenho muito respeito pela forma como Angola se faz respeitar internacionalmente.