quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Falsas falsas verdades

"A segunda ideia feita é a de que o nosso défice comercial se deve às importações de energia e que, sem elas, Portugal não teria sequer um problema de endividamento externo. Uma tal falácia serviu para montar um programa de subsidiação de actividades protegidas, traduzido numa transferência de riqueza, à custa dos consumidores de energia, da eficiência económica e, sobretudo, da competitividade do sector transaccionável."
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Segundo o Boletim "Estatísticas do Comércio Internacional - Dezembro de 2011", publicado no início de Fevereiro pelo INE:
Se ainda estou a ver bem, por cada euro de importações, Portugal exportou 1,6 euros, no último trimestre de 2011, se excluirmos os combustíveis e lubrificantes.
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Por isso, não entendo aquele sublinhado lá de cima. Que Vítor Bento critique o programa de subsidiação de actividades protegidas no ramo de energia, estamos com ele. Agora que queira negar a evidência... não entendo.
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Trecho retirado de "Falsas "verdades""

ADENDA (14:01) - Agora já entendo, obrigado anti-comuna:
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"O défice português deve-se sobretudo à importação de todo o tipo de bens não acompanhando as exportações e os combustíveis contam apenas uma pequena parte da história.

Quando o INE destaca o saldo da balança comercial sem lubrificantes e combustíveis, fá-lo apenas para as exportações extra-comunitárias. Daí que, dá a ideia que o problema português é bastante agravado pela importação de crude. Mas não o é. Apenas numa pequena parte. (O INE começou a fazer isso quando o governo de Sócrates começou a sua campanha pela subsidiação da produção de energia em Portugal, para enganar tolos.)

Portugal gasta em energia importada, cerca de 7 200 milhões de euros todos os anos. O saldo comercial é negativo num valor muito superior. Ou seja, os combustíveis contribuem mas menos do que se pensa para o endividamento externo e para a balança comercial negativa."

3 comentários:

Jonh disse...

"Se ainda estou a ver bem, por cada euro de importações, Portugal exportou 1,6 euros, no último trimestre de 2011, se excluirmos os combustíveis e lubrificantes."

Deveria querer dizer ao contrário: por cada euro exportado, Portugal importou 1,6...

CCz disse...

Caro John,

Aí não me enganei.

Veja a adenda.

Jonh disse...

Obrigado pela explicação, Carlos

Tinha lido mal (não reparei que se estava a referir aos valores sem combustíveis), ainda por cima tinha ido buscar os valores totais de 2010 (1.ª coluna) - cerca de 9700 milhões de exportações para cerca de 15 300 milhões de importações.

(2600/1600) = 1,6