quarta-feira, janeiro 04, 2012

“A confused buyer never buys”

Na semana passada visitei uma empresa que está a passar por algumas dificuldades.
.
O produto, embora não seja especialista, parece-me capaz de competir com os melhores em desempenho técnico. Contudo, o produto não está a ter o sucesso desejado.
.
Podemos argumentar que o ciclo de venda do produto é muito longo e que a empresa só recentemente é que começou a apostar na participação em feiras internacionais.
.
Podemos argumentar que o produto tecnicamente é bom mas falta a aposta no desenvolvimento do marketing associado a esse campeonato.
.
No entanto, a parte da conversa que não me tem abandonado a mente diz respeito a uma afirmação de um dos gestores, um apaixonado por todas as questões técnicas associadas ao produto:
.
"Não percebo, temos um produto tão bom!
Se o cliente quiser um produto mais básico e com um preço mais em conta, a gente tem.
Se o cliente quiser um produto sucessivamente mais complexo, com mais capacidades, a gente tem. E o cliente não precisa de deitar nada fora, o produto é composto por módulos que se vão acrescentando."
.
Na altura ainda argumentei, mas será que é isso que um cliente quer?
Será que o cliente do produto mais básico vai às mesmas feiras que o cliente do produto topo de gama?
Será que isso não provoca ruído na mensagem da empresa?
.
Hoje voltei a recordar a conversa por causa deste postal "How Oprah Nearly Killed My Business":
.
"Apparently, the combination of my “self-help” book and the magazine publicity caused confusion. It was no longer clear that my main business focused on the needs of corporations. In this moment I discovered that the old mantra was true: “A confused buyer never buys.
.
There is a lesson in this for every small business.
.
Know your audience. Know their needs—explicit and latent. Speak their language. Understand what gives you credibility in their eyes."
.
Quem são os clientes-alvo?
.
Qual é a proposta de valor?

1 comentário:

lookingforjohn disse...

Cross-story...

Estou a trabalhar com uma empresa que vem dum modelo mental ligado ao negócio do preço.
Também acham que conseguem fazer outro tipo de produto, que estão aptos para qualquer desafio.
Invariavelmente, quando surge uma possibilidade destas, o modelo mental instalado dita regras, e não conseguem fazer com mais tempo, mais cuidado, mais inspecção, mais planeamento...
Invariavelmente, estes projectos fogem e os clientes passam a ser uns "chatos picuinhas"...
Ao invés... Em 2011 um cliente B2B pediu um produto superior, com um preço a triplicar. O produto do cliente não vendeu nada ao cliente final, e, logo, o meu cliente poucas unidades lhe vendeu.
Este ano o mesmo cliente B2B pediu um produto que fosse o mais barato de todos para aquela categoria. O produto foi-lhe fornecido e as respectivas vendas ao consumidor final foram excelentes (em quantidade).
O meu cliente fartou-se de vender.
São produtos de baixo preço, mas realizou margens de lucro de 35%.
Fiz uns cálculos e concluí que essa boa margem se traduzia em quase nenhum dinheiro.
O meu cliente está muito contente...
:|