quarta-feira, maio 25, 2011

Eu é que devo estar errado

Ouvi agora um anúncio na rádio onde se associa a marca Mercedes a preços baixos e a redução de preços nas oficinas ... nem fixei o nome.
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Faz-me lembrar esta promoção hoteleira num hotel algarvio.
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As empresas só conhecem o preço? É a única alavanca que conhecem? Até parece que se auto-desclassificam.
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E quem compra Mercedes por outros motivos que não o preço fica satisfeito com a companhia? Será que gosta que o associem a este grupo?
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Ei! Eu é que devo estar errado, não sou um tipo do marketing!

3 comentários:

S�rgio disse...

A mensagem publicitária não está mal, se é a que eu estou a pensar. Reforçam o preço barato nas oficinas, para carros com mais de oito anos. Na verdade, a mensagem que passam é a de que um Mercedes é para durar oito anos, e ainda ser tratado com cuidado para durar mais oito.

Um carro "normal" ao chegar aos oito anos já não "merece" ser reparado no concessionário, e muda-se para o mecânico de esquina, já que tb só vai durar mais um par de anos. Um Mercedes não.

É uma mensagem de que um Mercedes, que custa muito dinheiro, é uma escolha racional mesmo em termos de caro/barato.

CCz disse...

Fará mesmo sentido? Em vez de seduzir o comprador do novo, trabalhar o mercado do usado?
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Ei, só sou um curioso do marketing!

S�rgio disse...

A valoração de usados é uma vantagem estratégica importante na indústria automóvel. É fácil de ver que é facilmente defensável, porque leva várias gerações de automóveis a mudar. Em termos de valoração quantitativa, há alguns exemplos bons no mercado. O meu preferido é a comparação entre o A3 1.9TDI e o Alfa-Romeo Giullieta 1.6TDI. São casos extremos de percepção de valor de usados, muito por culpa da imagem da Alfa-Romeo.

O Alfa custa ~25k€ e o Audi custa ~35k€. Uma vantagem na venda de quase 50% do valor final (à saída da fábrica é menos por razões fiscais). Ora, a opinião geral dos mecânicos que eu conheço é que o JTD (o diesel da Fiat que está no Alfa) é um motor de manutenção mais simples e mais barata que o TDI da VW que equipa o Audi. Em duração total do motor, são semelhantes. A diferença de preço vem da valoração do usado, não da qualidade do carro.

É um valor relevante, e a tarefa da Alfa-Romeo é complicada de mudar.

A Mercedes desde há muito que aposta na noção de que um Mercedes é um carro que não acaba (vide a publicidade internacional que fizeram com aquele Taxi português que fez um milhão de km sem abrir o bloco do motor). Também apostam na ideia de que a manutenção é barata (é-o por boa engenharia, é barata porque é simples). Repara que a concorrência reconhece o efeito positivo desta imagem, por exemplo com a BMW a fazer campanha a anunciar manutenções correntes baratas (pastilhas de travão, óleo, etc).