quinta-feira, maio 26, 2011

Adiamento ou ignorância?

Por que é que é preciso chegar a um estado terminal para se começar a pensar neste tipo de decisões?
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"A administração dos supermercados AC Santos, cuja insolvência foi declarada na passada sexta-feira, garante estar a procurar "uma solução de continuidade" que permita manter as lojas "viáveis" para salvar postos de trabalho e conseguir pagar as dívidas.
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A administração afirma, num comunicado, que "não foi possível até à data encontrar alternativas de viabilização da continuidade da empresa" que sofreu, nos últimos dois anos, "um ambiente económico adverso" caracterizado pela "concorrência esmagadora" e drástica redução do consumo.
A administração acrescenta, no entanto, que quer encerrar apenas algumas lojas "e manter as que se afigurem viáveis, salvando alguns postos de trabalho e viabilizando o pagamento do passivo"."
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Isto é tão português... adiar até à última.
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Não havia informação contabilística a mostrar que lojas inviáveis estavam a roubar o valor gerado pelas lojas viáveis?
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Recordemos Jonathan Byrnes:
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"In virtually every company today, 30-40 percent of the business is unprofitable by any measure, 20-30 percent of the business is so profitable it provides all the reported earnings and subsidizes the losses, and no one is responsible for managing profitability (i.e. managing the interaction of costs and revenues customer-by-customer and product-by-product)."
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Nuno, um exemplo vivo... aqui são lojas inviáveis a parasitarem lojas viáveis, com as fábricas temos clientes inviáveis a parasitarem clientes viáveis, ou produtos inviáveis a parasitarem produtos viáveis.
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Nada de precipitações, não há, necessariamente, uma "culpa" dos funcionários das lojas inviáveis, muitas vezes é a localização da loja.

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