domingo, janeiro 23, 2011

Uma vez não são vezes

Quem segue este blogue percebe que não morro de amores por Paul Krugman, um político que em tempos foi economista.
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Desta vez, talvez por que Krugman recorra a escritos seus com cerca de 17 anos, estamos sintonizados na mesma onda.
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Há tempos, no blogue Quarta Republica, Tavares Moreira recomendou-me a leitura de "Pop Internacionalism" de Paul Krugman. Li mais de metade com um sorriso irónico nos lábios... não é que eu, moi, je, estava de acordo com Krugman!!??!!
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No seu último postal ""Competitiveness"" (com as minhas aspas de citação e com as aspas dele) Krugman volta ao que julgo recordar como sendo o primeiro capítulo do livro. Recomendo o postal para o primeiro-ministro e para o alienígena Horta.
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Os países não competem... julgo que já usei esta frase como título de um postal... são as empresas que competem, algo na linha da minha série sobre o ridículo de olhar para um sector económico e vê-lo como uma realidade homogénea (marcador: distribuição de produtividades).
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Assim, quando um governo resolve lançar uma ofensiva diplomática em prol da economia... há-de ter um sucesso... e pêras.
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Claro que não posso escrever um postal 100% de acordo com Krugman:
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"It’s OK to talk about competitiveness when you’re specifically asking whether a country’s exports and import-competing industries have low enough costs to sell stuff in competition with rivals in other countries; measures of relative costs and prices are, in fact, commonly — and unobjectionably — referred to as competitiveness indicators."
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Todos os dias vejo exemplos de empresas que já não estão no campeonato dos custos, vivem lindamente no campeonato do valor!!!

4 comentários:

Jonh disse...

"Os países não competem... "

Caro Carlos,

Mais uma vez, deixe-me discordar. Então, quem é que consegue atrair os melhores empresários, os investidores, os que criam riqueza... não são os países que lhes proporcionam melhores condições?!

O que é que faz vacilar um empresário a escolher Espanha ou Portugal para investir? Não serão as condições de atratividade? - Sei o que o Carlos, porventura, pretendia dizer, mas os países também competem entre si, principalmente na atracção de investimento....

Aliás, é esta é a real economia de mercado. Se os países não competissem, se não influeciassem a economia e a riqueza gerada, nunca podíamos criticar a opçao A ou opção B do Governo X. Se não competem, se não influenciam, não se pode criticar, por exemplo, a gordura e a consequente interferência do Estado na economia.

CCz disse...

Caro John,

Mas no fim, quem compete são as empresas. Assim como escrevo hoje sobre o exemplo da produção de citrinos no Algarve, as condições do país para a produção, não são suficientes só por si, para promover a venda, para fazer a distinção!!!
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Por que são empresas concretas que a lidar com clientes concretos fazem o mercado.

Ricciardi disse...

Até quem joga no campeonato do valor aproveita paises que jogam no campeonato dos custos para gerar um valor que o próprio valor pode aportar.

O governo alemão 'convidou' as empresas que geram valor a manterem parte da produção no país natal. Em causa esteve uma debandada por parte das marcas que geram 'valor' que, não obstante o 'valor' criado sustentado em marcas e diferenciação, viram com muito bons olhinhos, mesmo assim, produzir 'valor' com custos menores. É um caso paradigmático em como o terrivel, inefavel e mosntruoso estado pode regular o estoiro da manada e a debandada dos unidades fabris.

Em causa está (va) tambem uma coisinha muito terra-a-terra. O emprego das gentes trabalhadoras mais normais e que não tem lá muita vontade de trabalhar nas condições em que os seus irmãos asiáticos o fazem.

A China é um país de transição. Colapsará. Outros estarão disponiveis a fornecer carne humana. Na questão do 'valor' não é relevante quem produz. A questão do 'valor' é importante para 1º dar sequência ao investimento que se fez em educação e infrasestruturas e 2º é importante para os empresários se diferenciarem na concorrencia. Ora, nada disto resolve a questão do emprego no ocidente. Se os estados investem na formação das pessoas, financiam parte da I&D empresarial atraves das universidade e centros de excelencia, implementam medidas que proporcionam crescimento empresarial através de investimentos em estradas, educação, justiça, saude, segurança etc, espera-se que a população que os elegeu seja ressarcida na justa medida; Emprego ou dito de outra forma, produzir o 'valor' na nossa terrinha que tambem precisamos.

RB

CCz disse...

http://www.ionline.pt/conteudo/101137-os-paises-nao-sao-grandes-empresas-competir-no-mercado-global