domingo, fevereiro 28, 2010

Auditorias internas que acrescentam valor (parte II)

Acetatos e reflexões relativos à sessão 2 podem ser encontrados aqui.
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O filme de Carl Sagan "A beleza não está na presença dos elementos, mas sim na forma como esses elementos se ligam entre si" pode ver visto aqui a partir do minuto 3:48

Agilidade e estratégia

Como conciliar as duas?
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Julgo que uma boa sugestão para conciliar a ponderação necessária a uma estratégia com a agilidade e rapidez no terreno passa pelo estudo da blitzkrieg, como é que os alemães chegaram a Paris em três dias no início da II Guerra Mundial.
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Recorro aos ensinamentos e reflexão de Boyd que escrevi em tempos neste blogue: Schwerpunkt I e Schwerpunkt II.
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Neste postal explica-se o ciclo OODA "Não fugirás às dores do parto"

Em sintonia

Estas conjecturas:
  • "(1) the emergence of Eastern Europe and China, producing cheap low-skill manufacturing goods; this will have induced an important structural transformation, and Portugal will soon recover from the lost decade. (Moi ici: Este blogue procura relatar exemplos dessas transformações em curso no reino da micro-economia. E apesar de tudo, por aqui, estou confiante, cada vez mais empresas vão descobrindo como apostar na criação de valor e fugir do negócio do preço.)
  • (2) the large increase in the size of the Government sector, in a particularly distortionary fashion; this will have caused important productivity losses, which will last insofar as those distortions stay in place; Portugal may stay lost for long." (Moi ici: O cuco, o peso do cuco.)
Estão em sintonia com o meu pensamento sobre a economia portuguesa.
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sábado, fevereiro 27, 2010

Proposta de valor uma opção que deve levar à paranóia. (parte I)

Completei ontem à noite a leitura das primeiras cem páginas de um livro escrito por uma alma gémea.
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Há anos, desde que descobri que quando falamos de produtividade o numerador é mais importante que o denominador, desde que tive o momento de epifania que me permitiu perceber a mensagem que se esconde por trás do artigo de Rosiello, que reflicto, estudo e procuro sobre valor. Ou melhor, sobre a originação de valor, na terminologia de Larreche.
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Algures, em Novembro último, encontrei uma referência a um autor e a um livro que eu desconhecia "Delivering Profitable Value - A Revolutionary Framework to Accelerate Growth, Generate Wealth, and Rediscover the Heart of Business" de Michael Lanning. Como se trata de um livro publicado em 1998 recorri à Amazon para livros em 2ª mão.
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O livro chegou, esteve em pousio na prateleira enquanto li o último de Roger Martin "The Design of Business" de que dei conta neste espaço.
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Mal comecei a leitura de Lanning tive um choque, logo a partir do prefácio. O autor descrevia a minha abordagem para a formulação de um mapa da estratégia...
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Não, o livro não é sobre mapas da estratégia!
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Resposta rápida, simples e ... errada.
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O livro é sobre a construção de propostas de valor. Mas como uso nos meus acetatos:

View more presentations from ccruz1234.
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A adopção de uma proposta de valor não é uma escolha a fazer de ânimo leve. É uma escolha que deve implicar a concentração paranóica da empresa na produção, não de um produto ou serviço, mas da proposta de valor. Tudo na empresa deve convergir para produzir, comunicar, viver a proposta de valor.
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A proposta de valor não é um agrafo, um enxerto de último hora, um soundbyte qualquer criado por um marketeiro bem intencionado. Há que concentrar, alinhar, sintonizar, focar toda a organização, os seus recursos, atenções, sonhos e aspirações na criação da proposta de valor... todos os dias da vida da empresa.
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Continua.

Uma senhora caldeirada...

Que tentação para quem elabora cenários hipotéticos:
Por fim, este título malandro ao juntar estas palavras numa mesma frase. Como é que se fazia no antes do 25 de Abril para enganar a censura?

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Tiro o meu chapéu!!!

Quando se fala de imagem, propaganda, comunicação, marketing, ... há verdadeiros profissionais.
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Atentemos nas séries cronológicas mensais - Consumidores - Indicador de confiança do INE e, construamos uma carta de controlo estatístico para a amplitude móvel e outra para o valor individual.
A carta de controlo da evolução do valor individual é que dá mensagens de sinais de mudança.
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De Fevereiro a Setembro de 2009 o Índice de Confiança dos consumidores foi sempre a subir, a probabilidade de isso ser normal é inferior a 0,4%. Estatisticamente pode defender-se com alguma confiança que algo mudou a partir de Fevereiro de 2009... terão sido os aumentos da função pública? Terão sido...
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Depois, entre Setembro e Outubro de 2009 não me recordo se houve algo de importante ou não... em Outubro atinge-se o pico. Novamente, os valores de Setembro e Outubro são estatisticamente muito altos, o que comprova a mudança ocorrida a partir de Fevereiro.
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De Outubro para cá ... os números falam por si. Estranho é que se perca tempo a celebrar a subida de Dezembro para Janeiro e a carpir a descida de Janeiro para Fevereiro quando na realidade, estatisticamente nada mudou nesses meses.
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Temos de concordar ... há profissionais na capacidade de ilusionar quando é preciso, quando é necessário.

Para reflexão

"Retoma está a perder força em Portugal e no resto da Europa"
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"O riscos país" (Moi ici: Os investimentos não rentáveis feitos na última década, e os investimentos não rentáveis feitos hoje, alimentam artificialmente o crescimento no momento em que se gasta o dinheiro, óptimo para os políticos no poder no momento, mas como não se reproduzem... A quantidade de crescimento que no presente tem sido conseguido à custa do futuro...)
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"O reequilíbrio que não o será" (Moi ici: À atenção especial de Peres Metelo)
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Componentes de uma boa estratégia

Algumas reflexões de Michael Porter sobre o que define uma estratégia:
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“ - What are the underlying principles that define a good strategy?
A good strategy is concerned with the structural evolution of the industry as well as with the firm's own unique position within that industry. Effects in the industry can overwhelm a good strategy. If a company finds itself in a bad industry at the wrong time, it doesn't matter how well positioned it is, to put it bluntly. So managers have to look at the dynamics of their industry and at its future trajectory.

Increasingly, the companies that will be the true leaders will be those that don't just optimize within an industry, but that actually reshape and redefine their industry.

The second principle is that a good strategy makes the company different. It gives the company a unique position. And a unique position involves the delivery of a particular mix of value to some array of customers which represents a subset of the industry.
The fundamental truth in strategy is that a company simply cannot be all things to all people and do a very good job of it. Strategy requires choices. You have to decide what particular kind of value you want to deliver to whom.
It might be that a company has a broad customer target, but it should not try to deliver every kind of value that customers might want. (Moi ici: Nunca esquecer a pergunta "Quem são os clientes-alvo?" Quem podemos servir com vantagem competitiva?) Rather, the broad competitor should concentrate on common, cross-cutting needs and concentrate on being unique in meeting them.
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Third, it's not good enough just to be different. You've got to be different in ways that involve trade-offs with other ways of being different. In other words, if you want to serve a particular target customer group with a particular definition of value, this must be inconsistent with delivering other types of value to other customers. If not, the position is easy to imitate or replicate.
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So there must be trade-offs between what your competitors do and what your company does. If there are no trade-offs, then everything can be easily and costlessly imitated. And that leads, of course, to the mutually destructive battle that I talk so much about. Companies end up competing for the same set of customers using the same set of inducements. This is usually a loser's game.
The trouble is that companies hate making choices, because doing so always looks dangerous and limiting. They always want the best of all worlds. It's psychologically risky to narrow your product range, to narrow the range of value you are delivering or to narrow your distribution. And this unwillingness to make choices is one of the biggest obstacles to creating a strategy.” (Moi ici: No alvo, para ajudar a responder a um desafio que me foi colocado ontem)

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Diferentes tipos de competição

Cada vez mais aprecio o paralelismo entre a economia e a biologia, como escreveu Beinhocker, a economia é o resultado da evolução humana. Assim, da mesma forma que os morcegos desenvolveram o sonar e os leopardos a sua pele com pintas o paralelismo, os humanos desenvolveram a economia.
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Cito de seguida dois trechos retirados do artigo "The Red Queen and the Court Jester:Species Diversity and the Role of Biotic and Abiotic Factors Through Time" de Michael J. Benton e publicado no número de Fevereiro de 2009 da revista Science:
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"Evolution may be dominated by biotic factors, as in the Red Queen model, or abiotic factors, as in the Court Jester model, or a mixture of both. The two models appear to operate predominantly over different geographic and temporal scales: Competition, predation, and other biotic factors shape ecosystems locally and over short time spans, but extrinsic factors such as climate and oceanographic and tectonic events shape larger-scale patterns regionally and globally, and through thousands and millions of years."
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"There are two ways of viewing evolution, through the spectacles of either the Red Queen or the Court Jester. The Red Queen model (1) stems from Darwin, who viewed evolution as primarily a balance of biotic pressures, most notably competition, and it was characterized by the Red Queen’s statement to Alice in Through the Looking-Glass that “it takes all the running you can do, to keep in the same place.”
The Court Jester model (2) is that evolution, speciation, and extinction rarely happen except in response to unpredictable changes in the physical environment, recalling the capricious behavior of the licensed fool of Medieval times. Neither model was proposed as exclusive, and both Darwin and Van Valen (1) allowed for extrinsic influences on evolution in their primarily biotic, Red Queen views.
Species diversity in a Red Queen world depends primarily on intrinsic factors, such as body size, breadth of physiological tolerance, or adaptability to hard times. In a Court Jester world, species diversity depends on fluctuations in climate, landscape, and food supply. In reality, of course, both aspects might prevail in different ways and at different times, what could perhaps be called the multilevel mixed model. Traditionally, biologists have tended to think in a Red Queen, Darwinian, intrinsic, biotic factors way, and geologists in a Court Jester, extrinsic, physical factors way."
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Quando o cenário de competição sofre poucas mudanças, quando essas mudanças de contexto são lentas, a competição entre as empresas é sobretudo segundo o modelo Red Queen. Quando o cenário competitivo é fortemente alterado, por exemplo, com a adesão da China à OMC, ou com o fim do crédito fácil e barato entra em cena o modelo Court Jester.
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"Strategy and the Business Landscape" de Pankaj Ghemawat.

A não perder

O podcast do comentário económico-político de Peres Metelo de hoje na TSF é um must.
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Peres Metelo pergunta "Será que me está a escapar alguma coisa?"
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Peres Metelo devia ter cuidado com o que pergunta, ter um blogue é ter uma memória fotográfica:
BTW, Peres Metelo, peresmetelizando, defende que a taxa de juro que Portugal conseguiu ontem numa emissão de dívida foi muito boa... e não referiu o quanto essa taxa de juro está acima do valor que era praticado em Novembro.
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ADENDA: Camilo Lourenço no RCP chama a atenção para um pormenor que é um pormaior e que Peres Metelo não referiu (por que será?), Peres Metelo compara a taxa de juro desta emissão com a taxa de juro mais alta da penúltima emissão, não referindo que a última emissão foi a 5 anos e a penúltima foi a 10 anos.

Auditorias internas que acrescentam valor (parte I)

Acetatos relativos à sessão 1 podem ser encontrados aqui:

Nada contra o Estado, tudo pelo Estado!

"Isto é: não façamos nada e daqui a dois anos estamos com estatísticas tão más ou piores do que a Grécia"
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""Afirmações apocalípticas, como as que foram feitas pela drª Manuela Ferreira Leite, além de não reflectirem a realidade económica e financeira do país, também prejudicam a credibilidade externa do país. "
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As Vestais rasgam as vestes horrorizadas... se fosse no Israel do Antigo Testamento vestiam-se de saco, cobriam a cabeça de cinza e arrancavam a barba.
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ADENDA: Até parece que o ministro Vieira da Silva vive em Hogwarts; "Nem vou citar, só de citar" ... já atrai a maldade daquele cujo nome não deve ser mencionado.
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Voltando a Hogwarths, o ministro Vieira da Silva criticou, como se fosse uma blasfémia, as palavras de MFL sobre um futuro hipotético.
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Quando Vieira da Silva fala do futuro, lembro-me sempre desta frase de antologia que o define:
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"Acham que a função de um Governo é estar a antecipar uma evolução negativa para a qual não tem ainda nenhum dado que o confirme? Se o estivesse a fazer, seria um profundo erro."

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

As teses de Arroja validadas ao vivo

A propósito desta notícia:
Ainda estou a ouvir o Forum da TSF sobre o tema.
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São as teses de Pedro Arroja validadas ao vivo, cada cavadela minhoca.
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Há bocado no RCP era um professor do ISEG com uma argumentação que era... por que não.
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A mim nunca me enganaram, a Segurança Social é um gigantesco esquema Ponzi, e não precisei de chegar agora para o descobrir. Tudo o que tem a ver com a demografia sabe-se com décadas de antecedência.
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As pessoas falam e falam e falam: números e factos? Não, opiniões e desejos!!!
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Por isto, também, vamos viver tempos interessantes... muito interessantes mesmo.
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O dinheiro não cresce nas árvores...
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Ainda vou ver um Governo português a arranjar 3 horas na televisão a Medina Carreira, para explicar a situação em que estamos atolados, com um quadro e giz, para depois, começar a comunicar as medidas drásticas de mudança.
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ADENDA: Uf!!! Ainda bem que os tansos dos alemães, para nos pagar a continuação do nosso status-quo, vão fazer isto para eles "Alemanha sobe idade da reforma para 67 anos"
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ADENDA2: Oppssss!!! Se calhar os alemães não vão mesmo gostar... "What makes Germans so very cross about Greece?"

Não há estratégias únicas

Neste blogue uso repetidamente os marcadores "Grande Planeador" e "Grande Geometra" para referir a mania, a crença de certas pessoas na capacidade do Estado saber qual é a estratégia única para um certo sector industrial.
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Pois bem, Michael Porter na sua contribuição para o livro "Rethinking the future" escreve:
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"There is no strategy that can be stretched beyond the boundaries of a particular business. One of the great mistakes that has been made over and over again by companies is the attempt to apply a universal strategy. This thinking leads companies into a trap.
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The first trap was that companies thought they had to have the largest market share, because this was the only way to win. The idea is wrong, because there are lots of companies with small market shares that are more profitable. What is worse, if all companies are trying to get the largest market share, a destructive battle ensues which is hard for any company to win.
Another trap was the idea that all companies should reduce their cycle times, and speed up the time to market. Again, as a universal `truth', this isn't true. In some markets, it's better to take more time to get it right, rather than introduce new products with short development cycles. In other markets it's different. But if all companies reduce their cycle times, then what results is a time race that nobody can win. In fact, everybody loses, because faster time to market eventually starts to drive up costs or reduce revenue, which dissipates profit.
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So the idea that there might be a universal strategy for the twenty-first century, that could be applicable across the board, is obviously wrong. And to think otherwise is, in my opinion, a very big mistake."

Acerca da medição da satisfação dos clientes

É um bocado perigoso medir, avaliar a satisfação dos clientes, sem primeiro definir quem são os clientes-alvo.
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Se uma empresa, ao avaliar a satisfação dos clientes, misturar na mesma população clientes-alvo e clientes não-alvo é capaz de chegar a conclusões... irrelevantes no mínimo, perigosas e esquizofrénicas como mais provável.
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A ISO 9001 fala em clientes-alvo?
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Não!!!
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OK, feito este preâmbulo consideremos um artigo no International Journal of Productivity and Performance Management Volume 56, Número 5/6 de 2007, a partir da página 500 pode ler-se o artigo "Measurement and analysis of customer satisfaction: company practices in Spain and Portugal" de Arturo Fernández-González e J. Carlos Prado Prado.
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"The empirical study was conducted on a random sample of 305 ISO 9000 companies. Data were gathered by personally interviewing those responsible for quality management at the companies.
Findings – Certified companies in the Euro-region Galicia-North Portugal have a high awareness of the need to measure and analyze the satisfaction of their customers and a predisposition towards it but, when it comes to putting said practice into action, they fall into certain methodological deficiencies that lead to their usefulness being only moderate."
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"By way of a global conclusion, it may be said that the certified companies in the Euro-region Galicia-North Portugal have a high awareness of the need to measure and analyze the satisfaction of their customers and a predisposition towards it but, when it comes to putting said practice into action, they fall into certain methodological deficiencies that lead to their usefulness being only moderate. One of these deficiencies is the excessive tendency to use written surveys, a majority of companies (56.9 per cent) doing away with other methods, such as internal indicators or reports from the commercial department, which can provide particularly interesting supplementary information of a quantitative or qualitative nature.
In our opinion, the usefulness that the companies obtain from the practice of measuring and analyzing customer satisfaction (valued at 3.76 on the Likert scale of 1-5), could be greater if companies employed a combination of methods to evaluate customer satisfaction (without relying so heavily on written surveys alone), and improved the methodology to reduce the errors mentioned. To do so, it is especially necessary for the company managers to make an effort to improve their know-how in these techniques through adequate training actions or by the assessment that can be provided by other bodies, such as consultants, universities, business colleges, etc."
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Para quem simplesmente repete gestos, como um actor em pleno palco, o objectivo é realizar algo a que se pode chamar avaliação da satisfação dos clientes. Para quem se interroga quanto ao real valor conseguido com a operação... há que pôr em causa o uso indiscriminado de inquéritos.
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Por exemplo, quando uma empresa de obras públicas envia um inquérito de avaliação da satisfação dos clientes para uma Câmara Municipal envia-o para quem? Para o Presidente? Para os serviços responsáveis pela obra? Para o fiscal da obra? Para quem assinou o contrato? Para quem elaborou o caderno de encargos? Para quem?
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Talvez tenhamos de começar por perguntar: o que queremos deste exercício?

The Art of Profitability

Já referi várias vezes este livro "The Art of Profitability" de Adrian Slywotzky.
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Filipe Garcia no Jornal de Negócios comentou-o na edição de ontem:
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"Cada capítulo aborda um modelo de negócio em concreto, num total de 23 propostas de valor. A maioria centra-se no cliente, enquanto outras focam-se no posicionamento dentro da indústria e o seu design. Há também exemplos acerca do ciclo produtivo e sobre a criação e desenvolvimento de competências. O livro não pretende explorar cada modelo de negócio em detalhe, com o objectivo de uma aplicação directa, mas antes provocar uma reflexão no leitor. Essa intenção está, aliás, bem patente na introdução de "The Art of Profitability". O autor aconselha-nos a ler um capitulo por semana, o tempo que considera ser necessário para pensar sobre o assunto e brincar com as ideias."

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Ir ao fundo da questão

Há muitos anos vi este vídeo.

A mensagem era: perguntar "Porquê?" cinco vezes.
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Ao perguntar sucessivamente "Porquê?" aproxima-mo-nos cada vez mais da causa-raiz.
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A solução poderia ter ficado por:
  • contratar caçadores para matar os pássaros;
  • contratar aplicadores de insecticida para matar as aranhas.

Vamos viver tempos interessantes, mesmo, mesmo!

Janeiro de 2009 versus Janeiro de 2010.
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A receita caiu 4,4% e a despesa cresceu 13,6%.
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A quantidade de mudança que está contida atrás de um dique que está quase a rebentar.
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E a descida do IRS em 3,9% ... o que quer dizer?
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segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Para reflexão

"“Nós temos de produzir mesmo que isso seja caro, que não seja tão rentável quanto gostaríamos. Nós temos que manter uma capacidade de produção que garanta a autonomia do país perante os mercados internacionais”, sublinhou."
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E quem paga?
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“questão agrícola não será mais vista como uma questão económica ou uma simples questão de rentabilidade”, mas sim como “uma questão de defesa nacional e estratégica para o país”.
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Palavras para quê...
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Comparar este discurso com as reflexões ao abrigo do marcador: estratégia na agricultura.

Prepare to be dazzled (parte II)

Continuado daqui.
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No International Journal of Productivity and Performance Management Volume 56, Número 5/6 de 2007, a partir da página 484 pode ler-se o artigo "A triple analysis of ISO 9000 effects on company performance" de Micaela Martínez-Costa e Ángel R. Martinez-Lorente.
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"This paper reports new findings on the topic following a study using data from 713 companies and using the two methodologies that have been applied in the scientific literature: the comparison of certified and non-certified companies and a longitudinal study of the results of certification."
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"The present research has the aim of analysing the impact of ISO 9000 on company performance. However, this paper is not merely another paper on ISO 9000 that analyzes this possible effect, for the following reasons.
First, the present study uses objective measures of performance.
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Second, two methodologies are used to analyse the problem: the comparison between certified and non-certified firms and a longitudinal analysis to test for possible increases in results.
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Although there are many papers on the influence of ISO 9000 on company performance, there are relatively few that study that influence using quantitative data. Most of the studies are merely descriptive or prescriptive. (Moi ici: Ou seja, conversa da treta. Ou seja, retórica e oratória.)
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The first wave of the survey was sent to 2,986 companies in March 2003. In May 2003, as advised by Frohlich (2002), a second wave was carried out to 1,500 randomly selected companies that had not responded the first time.
From the original 2,986 letters sent, 36 were returned due to unknown address. Most likely, these companies either changed their address or were no longer in existence. 12 companies listed as manufacturing turned out to be service companies. In the end, the population was made up of 2,938 companies.
The number of completed questionnaires was 713. This constituted a response rate of 24 per cent. Response rate is usually interpreted as being affected by the manager’s interest in the research. In this sense, a 24 per cent response rate is considered a success with Spanish companies and is higher than the suggested minimum in the study done by Malhotra and Grover (1998).
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The variables analysed will be:
  • Sales growth rate: to evaluate the ISO 9000 impact in sales.
  • Personnel expenses and operational cost growth rates: to evaluate the ISO 9000 impact on costs.
  • Earnings before taxes: to evaluate the ISO 9000 impact on benefits.
  • Return on assets (ROA): to evaluate the ISO 9000 impact on profitability."
OK, agora vamos ao resultados:
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"The first research question asks if the ISO 9000 certification has an influence on company performance. This was tested with Analyses I and II.
In first place, a longitudinal study that consisted in a t-test comparing performance before and after certification is presented (see Table I). Excluding the year of certification, the performance average of the three years before the implementation of ISO 9000 is compared to the performance average during the three years following registration. The analysis shows not only that certified companies have not improved their results, but also that their results have worsened.
However, this analysis could be biased by an abnormal performance of some companies in one of the groups. In order to avoid that problem, a second analysis was performed: the sign-test. The sign test compares the number of companies that improve with the number of companies that worsen. The results support the conclusion that certified companies obtained less earnings and ROA after certification.
There were no differences in sales, so the results do not support the conclusions of other studies that ISO 9000 is a good marketing tool (Ebrahimpour et al., 1997; Brown et al., 1998; Anderson et al., 1999; Hughes et al., 2000). Operational costs and personnel expenses remained unchanged.
Analysis II compares certified and non-certified companies. Some differences have been detected but, contrary to findings in some of the literature exposed before, these differences are negative, as certified companies are the group with the worse performance.
In summary, the data suggest that certification has a negative effect on company results, mainly on earnings and ROA. These results support the findings of Singels et al. (2001), who found that certified companies had worse average cost savings, rate of sales growth, rate of market share growth and rate of net benefit growth when compared with non-certified companies. However this is in contrast with the results of many other papers that claimed that ISO 9000 has a positive effect or even no effect at all on company performance (Simmons and White, 1999; Abraham et al., 2000; Gupta, 2000; Heras Saizarbitoria et al., 2000; Hua et al., 2000; Sun, 2000).
A number of explanations of the present findings can be advanced:
  • The cost of implementation and maintenance of the standard is greater than the benefits that it produces.
  • This cost is high due to the fact that the standard slows the production process by introducing too much bureaucracy in the company (Martı´nez-Costa and Martı´nez-Lorente, 2004). The 2000 version of the standard has reduced the need for paperwork and this could change the effect that the standard has today on company results.
  • The benefits of implementation are low in companies that get the certificate only in response to external pressures, since they do not apply the standard thinking of a quality management system more in line with TQM but only with a view to getting the certificate at a minimum cost. Terziovski et al. (2003) found that there is a positive relationship between the managers’ motives for adopting ISO 9000 certification and business performance. In this sense, the 2000 version of the standard has tried to be more congruent with TQM prescriptions and therefore it will be interesting to analyse the effect of this new version.
  • Some of these companies that have applied the standard only for commercial reasons could be applying it only in a formal way and trying to deceive the auditors.
  • Some companies have applied the standard because their industrial customers have forced them to do it. Therefore, after getting the certificate they have the costs but the same clients. If these companies have no way to decrease costs by the application of the standard, it has been a requisite to survive but not a way of improving.
  • Not all auditing companies have the same ways of understanding the standard (Andrews et al., 2001), and some of them could have flexible procedures of
  • auditing. This will mean that two companies in the same sector certified by different companies could be applying the standard in very different ways, and possibly even companies certified by the same auditing company." (Moi ici: Na terceira parte desta série vou dar a minha explicação pessoal para estes resultados, com base na minha experiência como consultor e como auditor.)
E agora as conclusões:
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"The conclusions of this study are, necessarily, controversial. If the success of ISO 9000 is measured by the number of companies that have decided to obtain the certificate, this success would be clear. However, the data suggest that certification is not positive for companies and may even be negative.
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Therefore, the present results imply two main conclusions for companies and other organizations (such as governments):
  • (1) Organizations should not undertake the certification process if they do not have customers that force them to do so. The costs of implementation and maintenance appear to be greater than the possible benefits. However, some companies of the sample got better results after the certification, what could imply that depending of the way of application or depending of the specific company circumstances, the norm can be positive. Therefore, the differences amongst different industries and amongst other company characteristics in relation to the benefits of ISO application could be interesting to analyse.
  • (2) Organizations should not choose their suppliers using their possession of an ISO 9000 certificate as a requisite, since they could be creating problems for their suppliers that, soon or later, will result in increased costs to themselves."
Continua.

domingo, fevereiro 21, 2010

Para reflexão

"As economias têm de voltar a viver da geração de mais-valia pela sua economia real mais do que da maximização de rendas financeiras sejam elas obtidas no campo da alavancagem financeira ou nas benesses concedidas a mercados cativos e nas transferências a partir do Estado."
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Trecho retirado daqui.
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Uma boa sugestão de leitura do José Silva do Norteamos.

Locus de controlo interior

"As seis unidades de produção que tem em quatro países diferentes produzem 45 mil toneladas, mas, depois de um ano de quebras acentuadas - o consumo dos seus produtos caiu entre 18 e 20 por cento - a empresa prepara-se para investir dois milhões de euros num laboratório de inovação e tecnologia, desenvolvimento e aplicação, instalado na Maia, com cerca de mil metros quadrados. "Servirá para apoiar o cliente, antecipar as tendências de mercado e encurtar o time to market."
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Comparar este discurso com o deste artigo.
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As encomendas caíram entre 18 a 20%!
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Em vez de recorrer ao papá Estado, em vez de recorrer ao Governo, em vez daquelas "medidas prioritárias reclamadas" no artigo acima referido, em vez de colocar o poder para inverter a sequência dos acontecimentos nos outros, locus de controlo no exterior, agarrar o touro pelos cornos e formular e desenhar uma alternativa de maior valor acrescentado para sair por cima.
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Há certezas absolutas de que vai resultar? Não!!!
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Mas há confiança de que novos negócios poderão ser obtidos e com maior valor acrescentado, recorrendo a esta opção estratégica.
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Pelas pessoas que faleceram na Ilha da Madeira

sábado, fevereiro 20, 2010

Hello!?!?!


"Qual a razão por que ninguém assume publicamente a verdade e diz, preto no branco, que “a iniciativa privada falhou”?"
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"Há uns dias, em conversa com uma personalidade de topo da vida política portuguesa, esta, visivelmente preocupada e indignada, questionava-se sobre qual a razão por que ninguém assume publicamente a verdade e diz, preto no branco, que “a iniciativa privada falhou”? Esta afirmação parece uma heresia em relação ao discurso político vulgarmente ouvido em Portugal, mas era importante que a classe política e as aristocracias do poder político e económico começassem a assumir que faliu o projecto de sociedade, o modelo económico que foi ensaiado e construído no pós-25 de Abril, sobretudo, desde o cavaquismo."
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Hello!!!
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Essa é a lógica da sociedade capitalista!!! A destruição schumpeteriana!!! Umas empresas surgem, captam as preferências dos clientes e enviam os incumbentes para o caixote do lixo da história. Sempre foi assim e sempre assim será.
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O problema é quando o Estado, quando os políticos se entretêm a apoiar, a tentar salvar empresas que já perderam as preferências dos clientes.
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O problema é quando os políticos acreditam que existe um modelo único, uma estratégia única, para todas as empresas, para uma economia. Lá se vai a resiliência:
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Gary Hamel e Liisa Valikangas redigiram “The Quest for Resilience.” Publicado pela Harvard Business Review ( Setembro de 2003) onde chamavam a importância da diversidade para fazer face aos cataclismos, à mudança. Recordo este trecho de autêntica poesia:
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“Life is the most resilient thing on the planet. It has survived meteor showers, seismic upheavals, and radical climate shifts. And yet it does not plan, it does not forecast, and, except when manifested in human beings, it possesses no foresight. So what is the essential thing that life teaches us about resilience? Just this: Variety matters.”
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O problema é quando os políticos se entretêm a fazer engenharia social e criam leis e regulamentos que privilegiam as rendas e a produção de bens não transaccionáveis e dificultam a vida a quem pensa em apostar na indústria.
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Trecho retirado de "Os cadáveres adiados" de São José Almeida no Público de hoje.
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BTW, este postal "A morte lenta".
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BTW, de onde é que São José Almeida pensa que vem a riqueza que sustenta este país? Do Estado? Do Governo? Das Câmaras? Das empresas públicas? Das empresas do regime?
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Adenda:
Diz o cuco (uma personalidade de topo da vida política portuguesa) indignado, aborrecido, preocupado:
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- Ingrato!!! Maldito verdelhão, que deixou de me alimentar!
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Pudera, o desgraçado do verdelhão, no frenesim de alimentar um cuco cada vez maior, acabou por morrer de anorexia.

A morte lenta

"Reconhecendo que as qualificações dos portugueses, de um modo geral, «continuam a ser muito baixas», Alberto Castro recordou existirem países «com qualificações semelhantes» que têm níveis per capita «piores que os nossos». Por isso, o factor que mais o preocupa é «a qualidade do empresário e da gestão». «Muitas das nossas empresas não têm uma gestão profissional» e, como tal, estas «não têm capacidade para perceber alguns dos desafios» que enfrentam. Nesse sentido, as PME têm «grandes e graves debilidades», algo «já confirmado por vários estudos internacionais»."
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Solução? Apoiar essas empresas com subsídios e outros estratagemas...
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Em vez de deixar estas empresas, que não se actualizaram, que não evoluíram, continuarem a consumir recursos da comunidade por que não deixá-las morrer de vez?
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É preciso que os recursos da comunidade (recursos privados e públicos) sejam transferidos para as experiências de futuro e com futuro.
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Quem sabe o que é de futuro e com futuro?
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Ninguém!!! Por isso, há que facilitar a experimentação, o arranque de novas empresas. Depois, quem tiver unhas que toque guitarra, servindo os clientes, não captando subsídios e apoios vários.
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As que falharem, falharam ponto. Não é um drama. Há que rapidamente canalizar os recursos que sobram para outras apostas.
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Mas como empresas que fecham são mais desempregados... há, politicamente, o interesse em conter os números. Logo, apoiem-se as empresas, se têm futuro... isso é secundário. Logo, desviam-se recursos da comunidade para atrasar o inevitável... é a tal morte lenta.
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Trecho retirado de "«Vamos ter um ano crítico ao nível do emprego»" incluído no semanário Vida Económica.
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BTW, nestas condições, por mais formação que se dê, nunca se abandona a corda bamba.

Retratos das Associações empresariais deste pais

Mais um artigo revelador do carácter de parte do nosso tecido empresarial. É também por causa disto que sou contra os apoios às empresas.
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Do semanário Vida Económica destaco este artigo "NÃO HÁ SINAIS DE RETOMA".
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Segundo várias Associações empresariais de sectores da industria não há sinais de retoma. E os principais problemas são:
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"-De natureza exógena: a crise económica (mundial e nacional), com reflexos no consumo, no investimento e nas exportações.
- De natureza endógena: Debilidades do tecido empresarial em termos de subdimensionamento, falta de visão estratégica , baixa qualificação dos recursos humanos; estrangulamentos no acesso ao crédito e aos seguros de credito à exportação por parte das PME."
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Perante estes problemas o que é que as Associações se propõem fazer...
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Estão à espera?
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Eu também!!!
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Pois bem, segundo a Vida Económica as medidas prioritárias reclamadas são:
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"- Assumem , em regra , carácter transversal e apontam para:
  • maior rapidez e eficácia nas decisões dos tribunais;
  • manutenção dos estímulos à actividade económica pelos poderes públicos;
  • implementação eficaz dos programas de apoio sectorial já aprovados;
  • enfoque nas PME com vocação exportadora;
  • agilização e maior transparência no QREN;
  • pagamento do IVA no acto de recebimento, reajustamento do pagamento especial por conta e celeridade no pagamento do Estado aos fornecedores (medidas estas a discutir em sede do novo Orçamento de Estado);
  • flexibilização da lei laboral , e em particular no que se refere aos ajustamentos do quadro de pessoal às necessidades das empresas sem que tal implique incomportáveis ónus financeiros."
Stop!!! Deve haver aqui algum engano... a solução dos problemas das PMEs que pertencem a estas Associações passa por esta lista de medidas prioritárias reclamadas?!?!?!?!
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Brincamos certamente!!!
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Em que é que estas medidas ajudam a conquistar clientes?
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Estas medidas são reclamadas por pessoas que têm o locus de controlo no exterior... é o papá Estado que nos vai resolver os nossos probemas... Good Lord take me out deste filme!!!
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Como se conquistam clientes?
Como se cria valor?
Como se seleccionam clientes-alvo?
Como se mudam estratégias?
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Por isso é que cada vez mais aprecio o sector do calçado. No passado dia 10 de Fevereiro assisti a uma cerimónia no Centro Tecnológico do Calçado em São João da Madeira, no final da mesma, já em jeito de balanço, quem presidia à mesa, fez um discurso de encerramento de improviso. Convidou os presentes a comparar a evolução do sector em Portugal entre 2000 e 2008, com a evolução no mesmo período de tempo em Espanha e em Itália, pôs a ênfase nas estratégias que os actores, as empresas, implementaram. Por fim, concluiu pela necessidade de continuar na mesma senda de diferenciação, valor acrescentado, serviço...
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Uf! Que alívio... ar puro. Gente que agarrou o touro pelos cornos. Adultos que são responsáveis pela sua vida e não crianças sempre à espera do papá.

Prepare to be dazzled (parte I)

No semanário Vida Económica encontrei este artigo "APCER prevê aumento de PME certificadas nos próximos três anos" de onde destaco os seguintes trechos:
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"Portugal tem cerca de oito mil empresas certificadas, constata José Leitão. Número que, no entanto, poderia ser maior. Isto porque falta chegar às PME e às microempresas.
Esse é, segundo o CEO da APCER, o próximo passo. Sendo que já se sente algum movimento nesse sentido. «Nos próximos três anos vão aparecer centenas de empresas certificadas, principalmente PME», antevê José Leitão. (Moi ici: Gostava de saber quantas empresas deixaram de ser certificadas nos últimos 2 anos.)
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Segundo um estudo da Mark test sobre a «A certificação nos hábitos de compra dos portugueses», cerca de 96% dos inquiridos revelaram ter noção do conceito «certificação». No entanto, o estudo também provou que, actualmente, ainda não existe uma comunicação eficaz entre as empresas e os consumidores. A prova está no facto de nem todas as organizações certificadas serem (re)conhecidas como tal.
«Há muitos produtos que são feitos por empresas certificadas e que os consumidores não o sabem», constatou José Leitão. (Moi ici: Tem graça, quando eu comecei no mundo da qualidade aprendi que quando uma empresa é certificada, o que é certificado é a empresa, a sua organização, não os seus produtos ou serviços. Aliás, uma empresa não pode apor o símbolo de empresa certificada nas embalagens dos seus produtos.)
Esta lacuna deve ser encarada não como um problema mas como uma oportunidade. As empresas têm de começar a comunicar não só que são certificadas e em que produtos/serviços, mas também explicar as vantagens da certificação. Porque está provado que têm influência no acto da compra. (Moi ici: Provado onde? Quem tiver um mínimo de conhecimento de como são feitas as auditorias de concessão e de como funcionam muitos dos sistemas certificados sabe perfeitamente que que isto não é verdade.)
Esta situação de desconhecimento não ocorre em todas as áreas. A alimentação e a saúde já são reconhecidas e premiadas pelo facto de terem certificações. (Moi ici: Provas? Com números de vendas e rentabilidade? Comparando o desempenho médio de empresas certificadas versus empresas não certificadas nos mesmos sectores de actividade) Nas análises clínicas, por exemplo, o certificado é exibido logo à entrada. O que determina a escolha de um doente de efectuar ali as suas análises. (Moi ici: Provas?)
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Certificação influencia decisão de compra
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O estudo da Marktest provou que a certificação pode levar a diferentes tomadas de decisão dos consumidores aquando do acto da compra. Mas é esse o único benefício da certificação? Não! José Leitão explica que é um factor cada vez mais primordial quando se efectuam negócios com empresas internacionais. O ter um certificado é cada vez mais exigido como um pré-requisito. Mesmo em Portugal, os concursos públicos já o exigem." (Moi ici: Isto não conta para as PMEs e micro-empresas do começo do artigo.)
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Na parte II vou citar um artigo sobre o estudo realizado a mais de 700 empresas em Espanha que vai de encontro à minha percepção sobre os sistemas de gestão da qualidade. Um artigo em que os autores concluem, com base em números não conversa da treta, que as empresas certificadas têm pior desempenho que as não certificadas. E mais, que o desempenho médio das empresas deteriora-se após a certificação.
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Mas claro, como escreveu Upton-Sinclair e está ali na coluna das citações "It is difficult to get a man to understand something, when his salary depends upon his not understanding it"
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BTW, um artigo que tenho na minha pasta para estudar é sobre o uso de inquéritos de avaliação da satisfação de clientes em Portugal e Espanha. Cada vez sou mais crítico sobre o uso de inquéritos para avaliar a satisfação dos clientes. Esta semana, em conversa com o administrador de uma PME que partilha da minha desconfiança em relação aos inquéritos, entre sorrisos, contou-me esta estória pessoal:
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Esta semana, tinha sido convocado a comparecer na escola de um dos filhos. Uma vez lá chegado percebeu que o assunto era por causa de uma resposta que o filho tinha dado num inquérito (daqueles que se preenchem com cruzes) feito pela escola. À pergunta "Costuma vir para a escola de manhã sem comer, sem tomar o pequeno almoço?" O filho respondeu "Sempre!!!"
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O pai ficou atónito, mas é claro que o filho tomava pequeno-almoço antes de ir para a escola!!!!???
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O pai saca do telemóvel, liga ao filho e pergunta-lhe porque é que ele respondeu daquela forma:
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"Sei lá! Puseram-me um inquérito chato à frente e eu respondi ao calhas!!!"
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Continua, parte II com números interessantes.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

A importância da proposta de valor

Ontem no Jornal de Negócios encontrei este artigo "Até onde deve ir a inovação?"
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Interrogo-me se o autor não estará a confundir proposta de valor com o produto.
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A propósito deste tema chamo a atenção para os trechos que se seguem, retirados do fabuloso livro "Delivering Profitable Value - A Revolutionary Framework to Accelerate Growth, Generate Wealth, and Rediscover the Heart of Business" de Michael Lanning:
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"An often-told tale is Sony's defeat by Victor in the video cassette recorder (VCR) market. Sony introduced Betamax at nearly the same time that Victor introduced VHS. Most analysts say that Beta's playback picture quality was noticeably superior to that of VHS, whereas the recording picture quality of both was about equal. However, most VCR usage involved playing rented movies; recording was then only a small piece of a VCR's overall use. Yet despite Beta's sharper, clearer playback picture, VHS won handily."
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"There is no mystery in VHS's victory. The superior value proposition that is actually delivered always wins the customer's preference. And if the cost to deliver that superior value proposition is sufficiently less than the revenue it produces, it generates wealth. This is not to say that the winner always has the most honorable and deserving management or the superior product or the smartest marketing department or any other factor other than the only one that ultimately counts: the superior value proposition. The consumer, much editorial to the contrary notwithstanding, simply acted rationally. They used more common sense than some of the convoluted analysis offered to explain this case."
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"The question to ask is this: did Sony/Beta deliver a superior value proposition? And the answer is no, it did not. So it lost. Of course, VHS did not have a flawless value proposition. The VHS value proposition, like many winners, was a tradeoff partly superior, partly inferior, and partly equal. But in net, it was superior. The conventional, product-centric perspective sees the product, instead of the value proposition delivered, as the business. It evaluates whether the product is superior and then considers how well the product is sold, distributed, and marketed."

Contar uma história, desenvolver uma narrativa

A figura que se segue pode ser encontrada na descrição da nossa metodologia para facilitar a implementação de um sistema de gestão com o auxílio do balanced scorecard.

Ampliando a parte em que: sabendo quem são os clientes-alvo, definimos a proposta de valor. Pode ver-se que a legenda seguinte é "Vamos contar uma história". Vamos descrever as relações de causa-efeito que relacionam escolhas e consequências e que constituem o mapa da estratégia.
Pois bem, no número de Janeiro-Fevereiro da Harvard Business Review encontrei o artigo "Strategy Tools for a Shifting Landscape" de Michael Jacobides. Nele pode ler-se:
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"My recent academic research suggests that companies should tackle the challenge of developing strategy head-on by describing the underlying logic, story lines, decisions, and motives of all the players that are creating and capturing value in a business.

Instead of drawing and analysing a map or plotting numbers on a chart, executives should use words to create what I call a playscript: a narrative that sets out the cast of characters in a business, the way in which they are connected, the rules they observe, the plots and subplots in which they play a part, and how companies create and retain value as the business and the cast change.

Words are more powerful and flexible than value curves.

In a world where everything is shifting, executives can use words to decipher the motives and roles of the organisations bringing about change, the evolving rules and relationships in the business, and the story lines that link the present and the future.

The playscript isn’t just a metaphor; it’s a tool that helps companies manage the complexity of the competitive landscape and facilitates analysis and action.

Playscripts force companies to focus on the causes of change as opposed to the symptoms; they explicate the logic of success and the assumptions behind it.

By providing a sense of how long the good and bad times will last and how value is migrating, playscripts allow companies continually to assess the relevance of their strategies."

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Fora isto, tudo bem!

É sempre bom estimular com dinheiro dos contribuintes portugueses as economias dos países onde se fabricam os automóveis que os portugueses compram.
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Além disso, contribui para o endividamento externo e para o agravamento da balança comercial.
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Flexibilidade... uma palavra feia para muita gente

Mas num mundo repleto de incerteza qual a alternativa?
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""Isto é tudo muito rápido. É a era da Internet. De repente, ficámos sem encomendas e, de repente, temos imenso trabalho. Entrámos subitamente na crise e fomos rápidos a sair dela." Carlos Gouveia, director-geral da Schaeffler, está ele próprio surpreendido com a súbita recuperação da sua fábrica.

Depois de uma queda na produção de quase 50 por cento em 2009, a fábrica voltou aos níveis anteriores à crise e prevê até ultrapassá-los, estimando chegar aos 60 milhões de rolamentos em 2010 (o que constituirá um recorde) e prepara-se já para atingir os 100 milhões nos próximos anos."

A farmácia do futuro (parte II)

Há anos que reflicto sobre a farmácia do futuro (por exemplo aqui:"Um caminho para a farmácia do futuro?" ) e não posso deixar de me sentir confortado com a confirmação em toda a linha das minhas visões para o negócio da farmácia do futuro que encontro neste artigo da revista strategy+business "The Pharmacy Solution".
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Este tipo de futuro para a farmácia implica pensamento estratégico, implica escolhas, implica moldar o futuro.
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"In the current environment, where easy access to cost-effective care is paramount, the pharmacy offers four significant advantages.
1. Trust. Patients already have more contact with pharmacists than other health-care providers and appear to greatly value their pharmacists’advice."
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"2. Access. The pharmacist is highly accessible."
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"3. Skills and services. Pharmacists are highly trained health professionals,knowledgeable about a range of medical conditions and
capable of delivering some advisory, diagnostic, and treatment services.
An increasing number of pharmacies also have a retail clinic on the premises, staffed by a nurse practitioner licensed to perform a range of primary care services and, in some cases, write prescriptions.
4. Cost. Retail pharmacies operate in a highly competitive business environment, and are already acting to keep the nation’s cost of prescription medications lower by promoting generics."
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"Strategies for Pharmacies
As pharmacy companies plan for the future, they will need to first choose between two approaches for serving different patient segments consistently. The first is to build
retail health centers that focus on healthy and at-risk individuals and that deliver a range of health and wellness services, such as health risk assessments, counseling, smoking cessation programs, and ongoing tracking of risk factors.
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The second approach is to concentrate on compliance and comprehensive disease management for the chronically ill. This population continues to grow, and more people are being forced to deal with multiple chronic conditions. Disease management (DM) companies are tackling the issue head on, but their efforts have not been fully satisfactory for the public or commercial payors"

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Seldom do countries simply “grow” their way out of deep debt burdens

"Our main finding is that across both advanced countries and emerging markets, high debt/GDP levels (90 percent and above) are associated with notably lower growth outcomes. In addition, for emerging markets, there appears to be a more stringent threshold for total external debt/GDP (60 percent), that is also associated with adverse outcomes for growth. Seldom do countries simply “grow” their way out of deep debt burdens.
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"First, the relationship between government debt and real GDP growth is weak for debt/GDP ratios below a threshold of 90 percent of GDP. Above 90 percent, median growth rates fall by one percent, and average growth falls considerably more. We find that the threshold for public debt is similar in advanced and emerging economies. Second, emerging markets face lower thresholds for external debt (public and private)—which is usually denominated in a foreign currency. When external debt reaches 60 percent of GDP, annual growth declines by about two percent; for higher levels, growth rates are roughly cut in half."
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Talvez o bastonário da ordem dos economistas fizesse bem em ler este artigo "Growth in a Time of Debt"

A atitude é uma coisa pequena que faz uma grande diferença

"The great excitement of the future is that we can shape it.”

Eu sei, em primeira mão, o que isto significa.

No entanto, acredito que muitas pessoas ainda não perceberam que assim é. Por isso, em vez de moldarmos o futuro, somos conformados pelo passado que ficou obsoleto.

Em vez de ousar arriscar, há a tendência para barricar o status quo e defender o passado.

A revista The Economist no artigo “So hard to bend” bate nas leis laborais rígidas e nos salários elevados e, bate neles porque julga que a solução passa por mexer nessas variáveis.

Assim, de um lado, temos os defensores do passado que tentam defender os postos de trabalho a todo o custo e, do outro lado, temos outros defensores do passado, os que defendem estratégias obsoletas, e que em vez de apostarem na criação de valor se concentram na redução de custos. Ambos estão condenados à erosão, à irrelevância e à implosão final.

Charles Handy tem um capítulo intitulado “Finding Sense in Uncertainty” no livro “Rethinking the future” onde se pode ler:

"WE ARE LIVING in very confused times, because many of the things that gave structure to our lives are disappearing. Institutions which we relied on, particularly the work organization are no longer so sure or so certain. For one thing, work organizations disappear rather rapidly these days.

If we are going to make any sense out of all this confusion around us, we have to find a way to organize it in our minds, so that we can start to understand what is actually happening in the world and then try to do something about it. (Moi ici: Sempre a mesma coisa, se queremos lidar com um “wicked problem” esta é a a abordagem correcta, devemos procurar perceber primeiro o problema antes de saltarmos para a solução)

In the twenty-first century, we will see more and more people adopting a `portfolio' approach to their lives and to their work. What I mean by this is that life will be a collection of different activities, almost like a share portfolio. A part of the portfolio will be the core activities, for providing the essentials for living, whereas the rest will be other things that we think of as personal fulfillment, as responsibilities towards other people or even just as fun.

Instead of having a career in the traditional sense, you will, for part of life, have a `portfolio career', where part of your time will be spent earning wages or fees, and the rest will be for community work or study or whatever. A lot of it will be work of some form, even if much of it is unpaid, and it will all go to make up a portfolio of activities which will increasingly define you.

...

We have to remember that the very definition of work is changing. Work used to mean having a job with an employer. But today, it increasingly means working for yourself and even by yourself. In the near future, half of the workforce of the developed world will be working `outside' the organization. Traditional organizations now employ only 55 percent of the workforce on a full-time basis. The rest are temporary, part-time or contractual workers. Our portfolios will increasingly be collections of different work for different clients.

We've got to learn to live with chaos and uncertainty, to try to be comfortable with it and not to look for certainty where we won't get it.

You can't look at the future as a continuation of the past. The things that got you where you are are seldom the things that keep you there. But, on the other hand, if you don't know where you are coming from you will find it hard to go forward.

Actually, we've got to see the future as a series of discontinuities, and we've got to learn to take these things in our stride.

The way you make sense of the future, in organizations and in societies and in your own life, is by taking charge of the future. Not by responding to it.”

Entretanto, o sítio da revista Business Week cita um artigo de Harvard “Cut Costs Without Cutting Meaning” que é uma chamada de atenção para todos aqueles que se concentram tanto no corte dos custos que se esquecem do significado, do valor para os clientes.

O título é uma citação atribuída a Winston Churchill.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

The Great Wicked Mess

Para lá da Grécia, para lá de Portugal e da Espanha e das suas economias em fanicos e dos seus governos endividados...

The show hasn't changed, we have.

Excelente paralelo a merecer leitura e reflexão para quem se queixa que os clientes, esses ingratos, estão a deixar de comprar o best-seller, a vaca leiteira.
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Onde está a originação de valor?

Encostando o ouvido ao chão podemos sentir o ranger das placas tectónicas.
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O mundo das farmacêuticas continua em mudança acelerada.
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Será que todos os intervenientes estão conscientes das consequências das escolhas actuais?
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As mega-empresas farmacêuticas (Big Pharma) assentavam num modelo de negócio baseado na venda de produtos patenteados, um modelo que permitia ter boas rentabilidades a par de muitos desperdícios operacionais. Basta olhar para os equipamentos que muitas dessas farmacêuticas ainda mantêm, equipamentos que consomem na maior, as "standard procedure", cerca de 25% do tempo em limpezas e mudanças de lote.
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Entretanto, esse modelo começou a ruir porque o pipe-line de novos produtos patenteados deixou de produzir ao ritmo a que tinha produzido nas últimas décadas e, porque pequenas empresas começaram a produzir sob a forma de genéricos os produtos que já não estavam protegidos por patentes.
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A reacção das Big Pharma tem-se concentrado na aquisição de empresas que se dedicam à produção de genéricos e na redução dos investimentos na I&D como foi relatado aqui.
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Hoje encontrei mais um relato desta transição em curso "Drug Firms Apply Brand to Generics".
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Este relato começa de forma magistral "Some prestigious brand-name pharmaceutical companies that once looked askance at the high-volume, low-cost business of generic drugs are now becoming major purveyors of generic medicines."
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Depois o cenário é descrito de forma rápida:
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"Until recently, many brand-name drug makers invested the bulk of their research and marketing dollars in the development of blockbuster drugs, only to cede their intellectual property and market share to lower-priced generic competitors once patents expired. But now, with an estimated $89 billion in brand-name drug sales in the United States at risk to generic competition over the next five years, according to IMS Health, some drug makers are selling generics to offset revenue declines — as well as wring some post-patent profits from the innovative drugs they developed." (Moi ici: A minha dúvida é sobre como conseguem conciliar um modelo construído para operar com margens pornográficas, com a produção de produtos com margens muito, muito menores)
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Para quem pensa mais à frente, para quem não é jogador amador de bilhar, há que considerar as jogadas seguintes:
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"Still, branded generics may not be a diversification strategy for the long term.
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Some companies are moving into branded generics as a short-term tactic to make up for revenue shortfalls and capture near-term growth in emerging markets, Mr. Gal said.
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But as government health care programs and health insurers in emerging markets develop further, consumers could be encouraged or required to switch from midpriced branded generics to low-cost no-name generics, he said. He estimated that it would take at least a decade for that to happen."
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As Big Pharma estão:
  • por um lado, a aproveitar este mercado temporário dos genéricos nos países emergentes; e
  • por outro lado, a tentar copiar a Procter & Gamble, confiando a investigação de novas moléculas a pequenas empresas, a quem depois compram e patenteiam com muito menos risco as moléculas mais promissoras.
Gostava de saber se alguma está a investigar e a tentar perceber por que é o pipe-line está perro e enferrujado. Um pipe-line saudável é onde está a originação de valor.
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Voltando à minha última leitura, ao livro de Roger Martin "The Design of Business", quando se abandona a disciplina de traduzir mistérios em regras heurísticas, ficamos encalhados em algoritmos que rapidamente são transformados em código e realizados ao preço da chuva.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Somos todos alemães (parte V)

Partes IV, III, II e I.
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Cito, a seguir, o texto de um comentário deixado num postal de Edward Hugh no Facebook:
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"Euro has a lot to do with the mess. What comes out is that in some countries the political culture is not developed enough to handle such a union. Euro obviously holds huge promises and huge dangers, but it's like making a poor man win lottery. Some of these guys end broke and even more indebted. It's the same thing. Some societies seem to be unable to resist temptations offered by various possibilities of abusing the union. And when the time of correction came these nations resorted to populism of blaming other members for their problems and are refusing to change, though Ireland seems to be doing the right thing right now."
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O meu pensamento passa por aqui, como tenho relatado nos episódios anteriores deste postal. A solução não passa pelas receitas que os economistas do regime preconizam, a receita é a mesma que resulta para as PME's alemãs, não há receita geral tipo abaixamento de salários, há receitas individuais, basta ver na parte I a proposta de Hermann Simon.

Injustiças, comportamentos e recompensas

Os "bail out" promovem toda uma gama de injustiças e fomentam, recompensando, todo um tipo de comportamentos.
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Este trecho diz tudo:
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"The Frankfurter Allgemeine summed up German feelings when it asked why taxpayers should bail out a country that thinks it an outrage to raise the retirement age to 63. "Should Germans have to work in the future until 69 instead of 67 so that Greeks can enjoy early retirement?""
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domingo, fevereiro 14, 2010

And Then There Were None.

São 16 países a constituir a zona da moeda euro...
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O que se faz com a Grécia?
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Qual é o mais fraco a seguir?
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O que se faz com Portugal?
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Expel
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Qual é o mais fraco a seguir?
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O que se faz com a Espanha?
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Expel
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Ten little Indian boys went out to dine; One choked his little self and then there were nine.
Nine little Indian boys sat up very late; One overslept himself and then there were eight.
Eight little Indian boys travelling in Devon; One said he'd stay there and then there were seven.
Seven little Indian boys chopping up sticks; One chopped himself in halves and then there were six.
Six little Indian boys playing with a hive; A bumblebee stung one and then there were five.
Five little Indian boys going in for law; One got in Chancery and then there were four.
Four little Indian boys going out to sea; A red herring swallowed one and then there were three.
Three little Indian boys walking in the Zoo; A big bear hugged one and then there were two.
Two little Indian boys sitting in the sun; One got frizzled up and then there was one.
One little Indian boy left all alone; He went and hanged himself and then there were none.

Vamos viver tempos interessantes, mesmo!

Há dias escrevi este postal "Vamos viver tempos interessantes".
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Hoje, encontrei dois textos que me fizeram voltar a recordar o tema e, a imaginar a revolução que aí vem...
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Num país de matriz protestante "Lost in Transit":
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"Unless Gov. David Paterson and the Legislature find a fix, there will be drastic cuts in service: longer waits, overly crowded buses and trains, dirtier subway stations and more frequent breakdowns. Students will not have free passes to school and disabled riders would have less service."
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Num país de matriz católica "La indigencia municipal":
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"Pagan cuando pueden y lo que pueden, y con un claro orden de prioridad, puesto que no hay para todos: primero las nóminas de los funcionarios, luego los servicios básicos, y, entre éstos, primero los de carácter social, después los gastos corrientes que garantizan el funcionamiento diario de las dependencias municipales, por último a los proveedores. Entre las empresas proveedoras, antes se procura pagar a las más pequeñas que a las más grandes (como por ejemplo Iberdrola), las cuales, en teoría, tienen más capacidad de aguante. Según este orden tácito de prelación en los pagos municipales en tiempos de crisis, el primer síntoma de alarma es el retraso en el plazo de pago a los proveedores, y el último, el que avisa del colapso inminente, es cuando surgen dificultades para abonar el salario a los empleados públicos."

Onde está a procura? (parte II)

Convém ler a parte I primeiro, sobretudo as hiperligações para o que diz Roubini.
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Se falta procura... é por que há excesso de oferta. Logo, há que arranjar maneira de cortar na oferta!
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A ideia está a fazer o seu caminho "China v world as a trade war comes closer"

Primeiro, quem são os clientes-alvo?

"O mais recente relatório do processo de insolvência revela que a Oliva tem uma estrutura de custos desadequada para a receitas que gera e que há algumas ineficiências técnicas que a impedem de ser rentável, demonstrando ainda um desequilíbrio com os custos de mão-de-obra.
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Adelino Nunes, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas, refere que o problema-chave é a falta de modernização. "Parece um contra-senso: a empresa tem equipamentos obsoletos e mesmo assim produz peças de qualidade, que não são feitas em mais nenhuma fundição do país". Neste momento, a produção resume-se a peças de ferro para a indústria automóvel pesada, maioritariamente para o mercado externo. "Ao não ter modernizado o equipamento, a Oliva tem de vender as peças mais caras para ter rentabilidade. Há custos para produzir que não são rentabilizados"."
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1º Não há nenhum contra-senso. O que é um equipamento obsoleto?
Ter um equipamento antigo não é incompatível com a capacidade de produzir peças com elevada qualidade de acabamentos. Contudo, normalmente, peças com elevada qualidade de acabamentos só estão normalmente associadas a negócios rentáveis quando existe um equilíbrio entre: peças de elevada qualidade + pequenas quantidades + muita variedade + preço da peça não é o factor crítico + pequena unidade fabril.
Presumo que o sindicalista classifica o equipamento como obsoleto por causa da incapacidade de reduzir o custo unitário de uma peça, por que ao referir "indústria automóvel pesada" estamos a falar da indústria do tostão por excelência, a indústria automóvel é aquela onde o preço/custo é, de longe, o rei. É um sector onde normalmente se vê: peças de qualidade qb + grandes quantidades + pouca variedade + preço da peça é o factor crítico... é o único factor + grande unidade fabril.
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2º A pergunta que eu gostava de ver respondida antes de tudo o mais é: quem são os clientes-alvo da Oliva? A quem é que a Oliva se recusou a servir encomendas?
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Enquanto não se responder à segunda pergunta... tudo o resto é discussão estéril.
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BTW, em São João da Madeira se ouvirmos alguém da Viarco falar sobre a fábrica e sobre os seus equipamentos vai ouvir uma história super-interessante. Se quiserem competir com os asiáticos têm máquinas obsoletas... não há saída?
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Claro que há saída. Basta ler Sun-Tzu, em que terreno devemos combater para ter uma vantagem competitiva sobre os asiáticos que estão apoiados pelo último grito de tecnologia? Onde é que as nossas máquinas podem competir com vantagem?
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Enquanto não se responder a esta questão nunca se ultrapassará o nível de mistério que Roger Martin identifica no Funil do Conhecimento... por isso é que o sindicalista chama à situação de contra-senso... uma outra forma de dizer "mistério".
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BTW, a propósito de sindicalistas conjugar este artigo "Trabalhadores da Maconde em greve pelos salários em atraso" com o discurso do sindicalista deste postal e com o Post-Scriptum deste.
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