terça-feira, agosto 31, 2010

Nada é definitivo!

No Sábado passado, em viagem até às minhas raízes, a minha mãe contou-me que um dos lemas da sua vida é "Nada é definitivo!"
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Quem acompanha este blogue por vezes pode ficar com ideia de que sou um pessimista.
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E é tão fácil ser pessimista nos dias de hoje quando se olha para a macroeconomia...
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No entanto, quando olho para a micro-economia não consigo deixar de ser optimista:
Ofereceram-me um livrinho chamado "Parábolas sobre a Sabedoria" da Paulus Editora onde encontrei uma história adequada a este tema chamada "O cavalo":
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“A natureza ensina-nos muito. Se tivermos atenção aos movimentos instintivos dos animais e ao ciclo matural dos vegetais, aprenderemos muitas lições. Esta história do cavalo que caiu num buraco é um bom exemplo.
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Um agricultor, dono de uma pequena quinta, possuía alguns cavalos para ajudar na lida diária.
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Certo dia, um desses cavalos caiu num velho poço abandonado. Só foi encontrado pelo capataz dois dias depois.
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Fraco e num buraco muito fundo, todos acharam impossível retirar o cavalo com vida. O dono da quinta também foi ao local para conferir se algo poderia ser feito para poupar o animal. Avaliou a situação e decidiu que a melhor solução seria deixar ali o cavalo. Não valia a pena investir dinheiro para o tirar, com o risco de ele morrer após tanto esforço. Mandou o capataz sacrificar o animal, deitando terra no poço até o enterrar.
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O capataz seguiu a ordem. Chamou os empregados. Trouxeram pás e começaram a mandar terra para o buraco para que o cavalo ficasse soterrado. Mas à medida que a terra caía no lombo do cavao, ele sacudia-a e deixava-a cair no chão. E assim foi-se acumulando no fundo do poço, diminuindo a sua profundidade. Depois de algum tempo todos perceberam que o cavalo estava muito próximo, muito mais alto do que antes. O cavalo não se deixava enterrar. Colocava a terra para os lados, o que lhe possibilitava ficar sempre mais alto, até que o poço ficou com uma profundidade que lhe possibilitou sair normalmente.
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Para reflectir
O instinto de sobrevivência deu ao cavalo uma solução. Lutando para não ser enterrado, ele conseguiu superar uma situação que parecia definitiva. Isto também vale para nós. Nenhuma derrota é definitiva. Se lutarmos, encontraremos sempre uma saída. Se não nos deixarmos enterrar, nada nem ninguém nos deixará no fundo do poço. A terra que a vida lança sobre nós para nos tentar desanimar pode ser a solução. Cabe-nos a nós fazer das quedas um motivo de ascensão; dos problemas e obstáculos, uma lição para enriquecer a nossa vida; das derrotas, experiência e razão para amadurecermos e nos desenvolvermos.

3 comentários:

Jose Silva disse...

Caro Carlos

para o seu apelo à fé nos negócios não entrar no domínio de religiões perigosas que tem discursos idênticos, é necessário ... racionalidade.

É necessário conhecimento científico na área da psicologia ou da economia ou simplesmente QI elevado ou capacidade de reflexão.

Obviamente que no domínio da micro-economia, há sempre possibilidades para alguns. Mas no domínio da macro-economia, está mais que visto que não se pode prometer salvação a todos no mundo ocidental hiper-endividado, nem a promessa de 1000 milhões de chineses milionários.

A curto e médio prazo, é preciso ser racional e ter conhecimento para poder ter algum optimismo em certos sectores. Mais do que isto é vender ilusões.

Na prática o optimismo depende do grau de conhecimento e racionalidade a cada momento e no esforço que queremos gastar em cada desafio.

O optimismo acaba sempre por ter que ser documentado, provado, suportado. Caso contrário é apenas fé baseada em sorte.

Avó Pirueta disse...

Caro Carlos,
mal de nós quando deixarmos de acreditar que vale a pena. Que vale a pena sacudir a terra que a Vida lança sobre nós. Que vale a pena acreditar. Que, mais do que isso,´"é preciso acreditar".
A que nos conduzirá a desistência, mesmo em questões de macroeconomia?
Parabéns e obrigada pela Esperança.

Raul Martins disse...

Que alegria encontrar por aqui a companhia da Avó Pirueta e com a sua mensagem pequena mas plena de esperança. Acreditar sempre.
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E a parábola é uma lição de vida em duplo sentido: acreditar sempre e não menosprezar ninguém.
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Abraço tribal