segunda-feira, novembro 03, 2008

Cristina Kirschner no horizonte?

No jornal Público de hoje pode ler-se o artigo "Governo poderá emitir dívida pública para para regularizar pagamentos às empresas" assinado por Sofia Rodrigues.
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Começo por destacar "O Governo admite recorrer à emissão de dívida pública para regularizar as dívidas do Estado às empresas, estimadas pelo Executivo em 2450 milhões de euros (1,5 por cento do produto interno bruto português)."
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O que dizia Sócrates à escassas semanas?
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""No próximo ano, vamos pagar mais umas centenas de milhões de juros. Se aumentamos a dívida pública, aumentamos os juros sobre essa dívida! Não há 'almoços grátis'!", disse Sócrates. O primeiro-ministro deixou bem clara a sua posição: "E é por isso que o Estado não quer aumentar a dívida pública.""
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Em que ficamos?
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Será que é fácil emitir dúvida pública nos tempos que correm?
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Qual é a dívida pública mais segura, a portuguesa ou a espanhola?
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Basta atentar neste gráfico (roubado descaradamente daqui) para ver que o prémio do risco para quem investe...na dívida espanhola é menor do que quem investe na dívida portuguesa (de notar que o prémio relativo a Portugal subiu 40% numa semana!!!!!!!!!!!!!).
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E o que tem acontecido ao estado espanhol?
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Em Julho passado a Espanha tentou colocar no mercado dívida pública e não o conseguiu "Spain pulls bond sale amid economic crisis"... o governo Zapatero anda agora a mendigar junto de alguns emiratos, a tentar convencê-los a comprar dívida...
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Tendo em conta este artigo da agência Bloomberg "European Notes Log Biggest Monthly Gain Since 1992 on Rate Bets" de onde destaco:
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"``The market seems to be punishing those countries that have adopted large-scale rescues for the banking sector,'' ... ``We expect most of the issuance to occur'' with shorter- dated notes, Meyrick Chapman, a fixed-income strategist in London at UBS AG, wrote in a client note. ``However the weight of issuance, combined with a lack of buying interest for longer- dated maturities will result in considerably higher real yields'' for longer-dated notes. "
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Ou seja, tudo indica que a emissão da dívida deveria ter sido tentada antes da intervenção nos bancos (como a Espanha tentou fazer) e não depois, a gestão do calendário é fundamental.
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E se a emissão de dívida pública portuguesa fica, como no caso espanhol, às moscas?
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Será que vamos ter um remake de Cristina Kirschner cá pelo burgo?

1 comentário:

CCz disse...

“Grande défice externo” preocupa Comissão Europeia

Bruxelas alerta: o endividamento português aumenta o impacto da crise financeira mundial. O endividamento externo é o maior desde, pelo menos, 1996.
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http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/economia/pt/desarrollo/1180954.html