segunda-feira, junho 30, 2008

Fidelidade à disciplina associada à proposta de valor

O DN de hoje inclui o artigo "Vinho Verde tem de se valorizar no mercado", assinado por Ilídia Pinto.
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Nele pode ler-se:
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"Num sector que conta com cerca de 600 empresas engarrafadoras, mais de 500 são pequenas e médias. As grandes obtêm rentabilidade graças às economias de escala, conclui Daniel Bessa. As micro e pequenas devem apostar essencialmente em nichos de qualidade e nichos geográficos. Já as médias estão estranguladas e precisam que o preço médio do vinho Verde aumente. "
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"O vinho Verde, o segundo mais consumido em Portugal, tem de conseguir valorizar o produto junto do consumidor final, ..."
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Este é o grande desafio, acrescentar valor "... de modo a que este esteja disponível para pagar um preço mais alto. Uma estratégia que pressupõe uma aposta muito forte em marcas, mas que colide com a pequena dimensão da maioria das empresas do sector. Para estas, a solução passa, necessariamente, por se associarem, de modo a ganharem dimensão crítica, ou estarão condenadas a desaparecer."
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Um risco é o de, ao se associarem, por ausência de persistência estratégica, por incapacidade de esperar pelos resultados da aposta na proposta de valor da inovação, da liderança do produto (algo que pode vir a dar frutos num prazo de, por exemplo, 5 anos), resvalarem para o mercado do preço, uma opção perfeitamente respeitável. No entanto, os clientes-alvo são diferentes, as castas são diferentes, os circuitos de distribuição são diferentes, a promoção e as mensagens são diferentes, as linhas de fabrico e armazenagem são diferentes... há que pensar bem no que se quer, montar a estrutura e manter-se fiel à disciplina associada à proposta de valor.

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